Se temos um decano, a pintora alagoana Tânia de Maya Pedrosa, é a decana e uma das mais importantes artistas naif do Brasil, em seus 87 anos, foi quem abriu a temporada das artes plásticas em 2019, quando em fevereiro expôs suas obras na galeria Gamma, em Maceió.
Formada em Direito, chegou a ser design de roupas no Rio de Janeiro. Nesse tempo, a artista pintou escondida durante 8 anos.
A vida de artista de Tânia começou em 1998, quando foi premiada pelo Museu Internacional de Arte Naif, no Cosme Velho. Ainda durante a segunda metade dos anos 2000, ela conquistou prêmios e recebeu convites para a participação em bienais da Arte Naif no país e na Europa.
Entre 1994 e 2004, lançou os livros Arte Alagoas (I e II) e Arte Popular de Alagoas, onde planificou todas as artes alagoanas. Em 2008 e 2012, foi agraciada com a Ordem do Mérito das Artes Plásticas de São Paulo.
Nascida de uma família patriarcal da região de Capela (AL), Tânia foi na infância uma senhorinha de engenho na casa grande da família, com aulas de piano e violão impostas pela mãe. Aos 14 anos, ela se “libertou” dos hábitos burgueses em seus atos de confissão aos padres, na igreja que frequentava. Os religiosos ficaram espantados: “A senhorita não fala como uma pessoa de 14 anos”, afirma Pedrosa.
“Minha mãe só comprava aquelas (revistas) Sabrinas. Eu tinha que esconder os livros, mas essas leituras me influenciaram. Então fui mudando e fiquei mais astuta. Fui me afastando da família, queria liberdade, uma coisa diferente em minha vida. Esse foi o momento de ruptura”, diz Pedrosa.
Tânia já participou de inúmeras exposições no Brasil e no exterior, e foi premiada mais de três vezes nas Bienais Naifs do Sesc-SP, tendo recebido seu último prêmio na Bienal do ano de 2006 e 2019.
Obras do artista