Nascida no bairro da Levada, em Maceió (AL), a artista visual e escultora alagoana, Marta Arruda, ganhou os céus do Brasil com suas esculturas de aço.
Sua história na arte começou depois de um curso no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), quando descobriu o ferro. Ela se tornou a primeira soldadora profissional de Alagoas, em um mundo muito masculino.
“Em Alagoas, trabalhando no Polo Cloroquímico após o trabalho, escondia-me no banheiro para produzir minhas esculturas. E durante a madrugada, na troca de turno, ia para o canteiro de obras. Acredito que meus superiores não me repreendiam como forma de apoio, já que tinha sucata disponível”, diz Arruda.
Sua obra, sua história e seu raro talento levanta nosso olhar, que se arregala diante da força arrebatadora que sua inspiração nos oferece.
Sua virada artística aconteceu em 1987, quando inscreveu sua obra no Salão de Arte Contemporânea de Pernambuco, e foi selecionada. Foi o marco inicial de sua carreira. O poeta maranhense Ferreira Gullar, um dos júris do salão, escreveu: “Marta Arruda partiu do básico, que foi dominar seu meio de expressão, criando a partir do material que usa, onde coloca poesia, uma poesia viva”.
O segundo momento marcante em sua carreira, ainda nos anos 1980, foi seu encontro e vivência em Belo Horizonte, com o artista plástico e designer gráfico mineiro, Amilcar de Castro. Para Amilcar, “Marta é escultora, e das melhores”.
Em 2017, na Pinacoteca da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Marta comemorou seus 30 anos de carreira com uma mostra individual de obras próprias produzidas em diferentes momentos de sua carreira.
Após algumas cirurgias nas mãos, ela continua a esculpir suas obras primas em sua casa-ateliê. E para não perder seu lado madona do aço, Marta continua fazendo arte e repassando suas técnicas para os novos e futuros artistas de Alagoas.
Obras do artista