JUVENTUDE E OUSADIA
A artista visual Maria Lúcia Antunes é uma jovem maceioense que começou ousada nas artes plásticas caeté, se propondo a arejar a arte alagoana de forma surpreendente.
Em sua coleção Ritual, Maria Lúcia traz à tona a foto arte, “Eu sou a minha tela”, como costuma falar. Diante do espelho, ela pinta seu próprio corpo, ornamenta a cabeça, usa panos, bandanas, chapéus e mostra as nuances dos ombros, dos seios e da cintura. Com o corpo já esculpido pelas cores, ela se auto fotografa, com a câmera no ponto automático.
“Foi surreal. Eu passava madrugadas a fora me pintando no espelho, fazia, repetia, mudava o cenário, mudava a maquiagem, me pintava como se eu fosse a minha própria tela. Terminava exausta. E pensar que tudo começou em uma brincadeira com meu filho… Eu me sujei de tinta e como não tinha mais tela, falei: ‘Vamos pintar a mamãe’”, diz Lúcia.
Maria Lúcia estreou no mundo das artes, em 2012, em uma exposição individual no Iphan. Hoje, ela cria telas para cenários de bares e pubs de Maceió e participa de eventos com suas telas gigantes e multicoloridas.
Seus termos conceituais transpassam o empírico, o lúdico e o espiritual e oferecem um conjunto, sem repetições, que nos coloca em um cenário magico cujo templo é o corpo.
A artista fez de seu apartamento na praia da Pajuçara o seu ateliê, onde vive com o filho pequeno. Em todas as paredes, corredores e quartos estão os painéis e as pinturas de Maria. Ela pinta sem parar. Para ela, os pincéis e as tintas também são uma terapia.
“Eu não sei o que seria de mim sem arte, nem eu sabia o que e nem por que pintava. Mas quando ficava ali, triste, tristinha, sem saber o que fazer, eu disse a mim mesma: ‘Vai lá e pinta’. Isso foi ótimo!”.
Obras do artista