O artista visual, pesquisador e curador de exposições, Lula Nogueira, é um veterano da arte moderna alagoana e um dos mais importantes da chamada “Geração de 1980”.
Pintava desde a infância, mas foi na adolescência, como figura notável no emaranhado dos artistas de vanguarda da época, os quais provocaram uma verdadeira chacoalhada no sonolento cenário das artes plásticas de Maceió, que Lula Nogueira se tornou um pintor de verdade.
Na infância, retratou os cortadores de cana, as estações de trem e as cenas do cotidiano da fazenda do avô no interior. Tudo isso pintado em guache, em cadernos de desenho. Ao mesmo tempo, tinha um verdadeiro “museu” no seu quarto. Ele colecionava objetos e postais.
O artista Pierre Chalita, amigo da família, viu seus desenhos e recomendou que lhe dessem telas, tintas e pincéis. Aos 11 anos, Lula ingressou no curso de pintura de Vânia Lima, onde aprendeu a trabalhar com outras técnicas, como o fusain, o óleo e o nanquim.
Ele integrou os movimentos artísticos e culturais da época, como o Vivarte e a Cruzada Plástica, liderados por artistas como Maria Amélia, Ricardo Maia, Paulo Caldas e Edgar Bastos.
Pelas mãos do crítico de arte Romeu Loureiro, e da pintora Tânia Maya Pedrosa, ganhou uma dimensão maior, como um emergente pintor naif*. Hoje, Lula é um dos mais importantes representantes desse tipo de arte espontânea e popular.
“Nunca deixei de ser naif. Desde criança, sempre pintei cenas populares do interior de Alagoas ao barroco de Olinda e seus carnavais; a Alagoas dos festivais de verão e do cinema; as figuras populares de minha terra e as manifestações culturais do povo”, afirma Nogueira.
*Naif é uma palavra francesa que tem como significado algo como ingênuo ou inocente.
Obras do artista