A arte do bico de pena tem um expoente em Alagoas, a qual segue as linhas dos grandes nomes da caricatura brasileira: o pintor alagoano, de São José da Laje, Dydha Lyra. Um dos pioneiros nesse tipo de técnica na terra de Graciliano Ramos, em suas telas, ele retrata gente e figuras do folclore Caeté.
“A figura humana sempre me atraiu e nela sempre vi tudo o que precisava aprender. Aí você tem tudo: volume, altura, largura e toda uma geometria além do lado humano, da expressão da vida social e cotidiana. É isso o que pinto e como imprimo minha personalidade. Que as pessoas entendam que ali tem arte e digam: Esse é um Dydha”, afirma Lyra.
Mas o artista vai além das telas, das tintas e dos lápis crayons. O artista é múltiplo: poeta, pintor, cantor, compositor, desenhista, escultor e advogado, profissão que nunca exerceu. Desde criança, já se destacava pelos seus desenhos na escola e também quando cantava nas festas da cidade natal.
“Viver de arte é um carma, mas quando você nasce artista, não consegue deixar de ser. É complicado capitalizar a arte, pintar um quadro e ter certeza de que vai vender logo. Outra questão são os problemas pessoais, quando, por exemplo, um palhaço está triste e precisa fazer as pessoas rirem”, diz Lyra.
Um profuso plurimidiático senhor de tantas plataformas para gáudio e alegria de quem o observa.
O tempo de agora encontra Dydha na lida do pincel. Em seu ateliê estão quadros de sua mais recente série, todos em bico de pena, com personagens do folclore, a exemplo do mestre do Guerreiro e paisagens de uma Maceió antiga.
“Venho da escola do desenho, sou quase um acadêmico. Sempre procurei me expressar pelo bico de pena, mas consegui o domínio de outras técnicas, como a pintura clássica e a escultura, as quais vêm naturalmente quando a gente se dedica e sabe o que quer e o que faz”.
Obras do artista