A arte figurativa contemporânea e as instalações arrojadas e polêmicas do artista alagoano Rosivaldo Reis são marcas de superação. A essência de sua obra remete à vida de menino pobre da região do Jacintinho, bairro da periferia de Maceió, onde desde os 7 anos já pintava tudo o que via pela frente da sua casa e no entorno: chão, paredes e calçadas.
Rosivaldo perseguiu o desenho e a pintura com o único desejo de viver de arte. Na escola, não perdia um dia da aula de desenho. Mais tarde, tentou cursar Desenho Mecânico no Senai e Cefet, mas foi uma experiência frustrante.
Em 1980 aconteceu uma verdadeira reviravolta nas pretensões do futuro artista. Rosivaldo começou a trabalhar com letreiros e artes gráficas, e com o dinheiro começou a pagar as aulas no ateliê do famoso pintor Pierre Chalita. O velho mestre o ajudou a apurar o estilo que já há algum tempo insistia em pintar: a arte do retrato.
Com papéis, telas, pincéis, lápis e seu inseparável cavalete, Rosivaldo começou a pintar retratos de turistas na Feira de Artesanato da Pajuçara.
“O retrato foi minha sobrevivência durante algum tempo e cheguei a ganhar dinheiro. Comprei casa, carro e pude abrir o meu primeiro ateliê. Agora, tenho a pintura e a instalação, que são mais difíceis de fazer dinheiro. Mas hoje não faço mais retrato, fiz por uma questão de necessidade”, afirma Reis,
O tempo e a lida de Rosivaldo decolou a vida artística. Presença constante nas exposições, sua produção vai desde o desenho clássico, da pintura figurativa, até as contemporâneas instalações e esculturas, passando ainda por desenho animado. Segundo ele, todo esse leque lhe garante uma liberdade que sempre buscou em seu trabalho, uma vida melhor e tranquilidade familiar.
Obras do artista