O pintor e escultor Persivaldo Figuerôa tem um desenho marcado pelas cores do Nordeste, em uma paleta que vai da Feira de Caruaru, com nuances do marrom dos bonecos de barro do mestre pernambucano Vitalino, ao azul e encarnado puxados do folclore alagoano. Ele mora em Maceió depois de deixar a terra onde nasceu artista, Vertentes (PE).
“Fui inicialmente impactado pelas cores da Feira de Caruaru. Aquelas figuras, aqueles vendedores, aquela bagunça gostosa da feira. A arte popular explodia em minha visão” diz Figuerôa.
Em Alagoas, onde aportou aos 22 anos, Persivaldo começou a beber na fonte do riquíssimo folclore e dos folguedos do Estado. Sua inspiração veio dos vestuários dos brincantes, dos guerreiros, do pastoril e do universo afro do candomblé, os quais lhe enriqueceram os traços.
Aqui, ele se dividia entre uma vida de burocrata, como bancário do Banco Safra por mais de uma década, e a arte, até que decidiu assumir a sua vocação: a pintura.
Desenvolvendo trabalhos figurativos, puxados para o Expressionismo e uma boa pitada do Cubismo, Persivaldo engatou uma carreira de sucesso nos salões e mostras de Maceió. E com apoio de arquitetos e urbanistas, passou a fazer grandes painéis para ambientes e design de objetos, os quais o tornou dono de uma técnica singular, facilmente identificada pelos seus traços e cores.
A escultura é outro recurso que o artista vem trabalhando ao longo de sua trajetória. “Lembro que fiz um curso de máscaras de carnaval com o artista Achiles Escobar. Foi quando tive contato pela primeira vez com a técnica de papietagem. Aquela experiência resultou nas esculturas que desenvolvo há mais de uma década”, afirma Figueirôa.
Obras do Artista