O escultor Daniel Baboo surge na cena cultural alagoana durante os anos 2000. Em 2003, juntou-se a um grupo de artistas e montou, no bairro de Jaraguá, a trupe Bazar Santa Mania da Moda. Ali começou a vender seus quadros no estilo abstrato e esculturas em ferro.
Sem grandes amores aos pincéis, nos últimos anos, Baboo retomou sua velha paixão, os metais e suas formas retorcidas, através de esculturas compostas por resíduos e pedaços de lâminas, as quais no maçarico e no corte do ferro, transformaram-se em arte nas mostras, exposições e salões de Maceió.
Urdiu o legado do pai, Manoel Arlindo Filho – um dos maiores ourives de Alagoas – nas expressões artísticas que faz e que nos marcam sobretudo, de forma indelével, mentes e corações.
Ainda pequeno, gostava de ficar pela Noé Jóias e na oficina do pai vendo os funcionários trabalharem com o ouro e todo o processo da solda. Nesse ambiente, Baboo já vislumbrava seu gosto, principalmente pelo ferro, o qual começou formando composições de tudo o que via pela frente: de parafusos até capotas amassadas. Ele mesmo construía seus brinquedos.
“Meu pai era um profissional aficionado pelo metal, tinha máquinas de corte do aço importadas, com manual em inglês. Herdei tudo isso dele e comecei a construir um conceito do contraste absoluto que chamo de “cromoplastismo”. Utilizo o preto e o cromado desde essa época. É uma técnica que uso até hoje”, diz Daniel.
Baboo foi destaque em grandes mostras coletivas, na galeria Gamma, como a Olhar Contemporâneo e Urbano Grafia (2019). O trabalho de Baboo é absolutamente singular, cheio de contrastes, sempre no preto e no cromado.
Obras do artista