Do Planalto Central para as margens do Velho Chico. Esse foi o destino escolhido pelo artista Dalton Costa, nascido em Goiânia (GO), e que há mais de 20 anos mora em Alagoas.
As mudanças transformaram também a arte do pintor e escultor. Seduzido pela beleza do sertão alagoano, o artista mudou tudo. Como pintor, passou por pinceladas surrealistas e abstratas até conhecer o lado alagoano da região franciscana.
“Quando conheci a calha do Rio São Francisco, senti um impacto muito forte. Sou um artista contemporâneo, mas minha obra se inspira no universo da cultura popular alagoana”, afirma Costa.
O olha curioso destaca no horizonte sentimentos que vão além do conhecer, experimentar, avaliar e registrar.
As incursões que realiza por todo o Nordeste, como o Vale do Catimbau, a Chapada Diamantina e Piranhas, são suas principais fontes de pesquisa.
O artista também já participou de projetos com exposição no Neuhoff Gallery (New York-USA), Mission Cultural Center (São Francisco, Califórnia-USA) e também na Embaixada do Brasil, em Tóquio.
Dalton trabalha suas esculturas em sua própria galeria, a Karandash Arte Popular e Contemporânea, junto com sua mulher e também artista, Maria Amélia Vieira.
Como mestre na arte da escultura erudita e popular, Dalton repassa toda a sua técnica e conhecimento para os futuros artistas do Velho Chico. Ele e a esposa criaram um projeto social em 2003, o Museu no Balanço das Águas, onde um barco percorre as cidades ribeirinhas e expõe obras da arte popular selecionadas de sua galeria, além de peças produzidas por artesãos, ceramistas e bordadeiras das comunidades indígenas.
“O refinamento das técnicas aplicadas nas obras podem transformar as comunidades. Elas podem fabricar e comercializar produtos de qualidade e, como incentivo, a galeria adquire as obras que serão expostas no barco-museu”, diz Dalton Costa.
Obras do artista